Arquivo de Tag | PSICOLOGIA

O apanhador de desperdícios

13164454_10206889018959635_5375239576115775049_n

 

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

MANOEL DE BARROS

10 coisas que fazem as pessoas se afastarem de você by Frederico Mattos

tumblr_n78ksj4A031txcb93o1_500

.
No consultório algumas pessoas me perguntam sem o saber qual seria o motivo para suas vidas não fluírem como deveriam. Às vezes se queixam de relacionamentos que nunca seguem em frente ou da solidão que sentem e não desconfiam dos motivos das pessoas se afastarem delas. Tenho certeza que essa é uma pergunta feita por várias pessoas, segue uma lista de motivos possíveis:
.
1- Instabilidade emocional
Uma das coisas mais difíceis é se relacionar com uma montanha-russa, por dez minutos ou em uma festa pode até ser tolerável, mas para seguir numa amizade, como colega de profissão ou parceiro amoroso é impossível. O mínimo de estabilidade e previsibilidade é importante quando se trata de estabelecer vínculos de confiança.
.
.
2- Ser dominador
Naqueles dias que você não sabe nem o que quer jantar é muito bem-vindo alguém que tenha pulso firme para tomar a liderança. Outra coisa é conviver com um ditador que quer ter a razão em qualquer assunto e determinar como, quando, onde e pra quê sua vida deve existir. Sempre haverá alguém sem vida própria para revezar ao lado de uma pessoa mandona, mas no longo prazo é só reparar, nunca são as mesmas pessoas, ninguém aguenta.
.

3- Egoísmo galopante

 

Auto-confiança, opinião própria e boa autoestima são apreciadas numa pessoa, mas dividir espaço com um rei momo psicológico que coloque todas essas características na décima potência é asfixiante. Parte dos motivos que nos fazem ficar ao lado de uma pessoa é saber que ela valoriza quem nós somos por nós mesmos e não como espectadores de sua vida.

4- Ser o centro das atenções

Não importa o motivo, o lugar ou o artifício o que importa é estar no meio do palco. Tem quem coloque uma melancia no pescoço, mas tem quem se faça de coitadinho ou sexy, o modus operandi muda mas o essencial é que aquela pessoa receba atenção constante. Bastou outra pessoa começar uma história ou a outra ficar feliz com sua conquista e surgirá a parasita de energia dos outros para cortar o assunto e sequestrar as atenções. Por um dia até vai, mas a vida inteira é insuportável.

5- Viajar na maionese

Ser distraído é uma característica de quem está fechado no seu próprio mundo, e quando isso vem acompanhado de uma ingenuidade e falta de senso do ridículo o pacote fica completo para produzir alguém que não fala coisa com coisa. É até engraçado conviver com alguém que age na vida como se fosse café-com-leite, mas para aquelas coisas sérias, que dependem de firmeza esse tipo de pessoa não entra na lista de prioridades.

6- Nunca levar nada a sério

As amizades, os relacionamentos amorosos e profissionais precisam de refresco nessa rotina acelerada que vivemos, mas ser bobo alegre e descomprometido ao extremo não é uma boa receita para gerar credibilidade. É como alho e vampiro, não combinam.

7- Agir com raiva diante das frustrações

A vida será sempre cercada de coisas lindas e descompassos e parte da maturidade de alguém se deve a habilidade em administrar com ginga, bom humor e eficiência os seus problemas. Tem gente que vira um furacão com o mínimo de contrariedade e desconta em quem está por perto. As pessoas podem parecer que respeitam você, mas na verdade elas tem medo e bastará uma distração sua para que elas saiam correndo e nunca mais voltem.

8- Confundir falta de educação com honestidade

Há quem ache bonito sair falando as verdades não-solicitadas na cara dos outros. Costumam aproveitar da fama de “honesto” para dar patada e descarregar suas frustrações em cima dos outros. Mas não se deixe enganar, quem gosta de falar as verdades na cara dos outros está mais para amargurado do que sincero. Cometer sincerocídio, portanto, não ajuda em nada se vier desacompanhado de carinho e intimidade.

9- Fazer jogos

Por causa do medo de sofrer algum tipo de humilhação algumas pessoas se antecipam em toda e qualquer suposta artimanha dos outros. Essa defensividade exagerada associada com paranóia e orgulho cria uma bomba explosiva que cria um jogador compulsivo seja na paquera, no trabalho, com os amigos ou amores. Por medo de sofrer a pessoa fica o tempo todo manipulando as vontades e interesses das pessoas na direção daquilo que quer. No final do jogo, no entanto, quem levou o xeque-mate foi ela.

10- Ser frio e insensível

Quem acha que os outros tem telepatia para adivinhar o tamanho do seu amor está enganado. Amor de verdade se mostra agindo e fazendo coisas concretas para mostrar que a companhia vale a pena e as coisas estão agradáveis. Conviver com uma pedra de gelo que não reage a nada pode endurecer quem está por perto. O medo da pessoa fria é parecer vulnerável e no final da história ela irá encarar seu maior fantasma ao afastar todas as pessoas importantes de sua vida por causa de sua insensibilidade.

 

Sobre Frederico Mattos

Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, cultiva um jardim, lava pratos, ama Juliana e escreve no blog Sobre a vida [www.sobreavida.com.br]. No twitter é @fredmattos.

De onde vêm os bebês?


Tumblr_ln3pfo6mki1qbugsho1_500_large


De onde vêm os bebês?

É a pergunta fatídica capaz de deixar pai e mãe na maior saia justa. Mas não adianta mudar de assunto. Falar sobre sexo e sexualidade com os filhos é importantíssimo e não dá pra deixar pra depois. Quando começar a conversa? Não tem uma idade exata para falar sobre sexo. Depende dos estímulos visuais e auditivos aos quais a criança é exposta. Geralmente, a curiosidade para saber de onde vêm os bebês começa com a gravidez da mãe ou de outra pessoa próxima.

 Vale lembrar que as crianças abaixo de 6 anos não têm memória auditiva tão aguçada, então não dão tanta importância para a resposta. O que interessa para elas é matar a curiosidade ou chamar a atenção, explica a sexóloga e ginecologista Franciele Minotto. O interesse chama A hora certa pra falar sobre sexo é quando surge o interesse! E não tem idade pra isso. Primeiro devemos informá-los sobre os órgãos genitais, como funcionam, sobre a higiene, e sobre a diferença entre os gêneros masculino e feminino, dando exemplos do papai e mamãe, irmão e irmã, se for necessário, sugere a ginecologista. E mesmo se não houver perguntas, a partir dos 10 anos, é legal introduzir o tema no papo em casa.

É necessário que os pais insiram o assunto nas conversas com as crianças. Comentar sobre o que é o namoro e como acontece; que as pessoas beijam na boca, se abraçam, fazem carinho pelo corpo da outra. E que um belo dia poderão ficar nus e, se assim desejarem, o pênis do menino entrará na vagina da menina, aconselha Franciele. Xô, mito! Desconversar, mudar de assunto, não pronunciar a palavra em casa apenas mistifica o sexo e o coloca distante da vida da criança. Como há muito estímulo visual, algumas vezes é difícil esconder ou dissimular a palavra sexo. Isso é importante para não deixar o assunto como algo proibido ou mágico, alerta a sexóloga.

E nada de ficar constrangida. Na hora de conversar, a naturalidade é importante para o entendimento da criança e facilita a percepção de que o sexo é uma prática constante da vida adulta. A professora Joana E. Antunes, 32 anos, não sabia o que responder quando a filha de cinco anos fez a primeira pergunta embaraçosa. Um belo dia, a Thaís virou pra mim e perguntou: mãe, eu posso cruzar? Fiquei surpresa e sem saber o que dizer. Mas expliquei que só podemos fazer isso quando amamos alguém de verdade. Foi a única saída, ri a professora. As metáforas Não adianta usar palavras do diminutivo para se referir aos órgãos sexuais. Nada de pirulitinho e pererequinha. Falar o nome correto de ambos e até utilizar-se de espelho para identificar as estruturas é muitíssimo importante. Sexo não pode ser relegado eternamente ao felizes para sempre do conto de fadas, adverte.

Anote!

Dicas para não engasgar quando a conversa de sexo aparecer na hora do jantar:

– Trate o assunto com naturalidade e deixe claro que é uma prática comum da vida adulta; – Vale perguntar o que a criança já sabe sobre o assunto, para especificar a dúvida;

 – Não esconda que os pais praticam o sexo. Isso estimula os filhos a perceber a união do casal e a compreender que você precisa daquela horinha pra ficar a sós; – Explique que o ato sexual é prazeroso, mas pode trazer transtornos sem algumas precauções: gravidez indesejada, doença sexualmente transmissível, etc;

– Tome cuidado com o contexto e as palavras usadas durante o diálogo para não associar o sexo a algo sujo ou feito apenas pelos maus – É necessário começar a conversa enquanto as modificações puberais estão acontecendo. Deixar para falar depois da primeira menstruação, para as meninas, é tapar o sol com a peneira e pode ser tarde demais!

Fonte: http://delas.ig.com.br

Baby_carmody_apr07_400_large

Êxito!

Acredito que “Vencer na vida”, sob o ponto de vista do pensador moderno não significa somente ter êxito no âmbito profissional ou acumular dinheiro e bens. Eu sei, tá parecendo papo de livro de auto -ajuda…É , mais é muito mais que isso. Ou muito menos; dependendo do ponto de vista de cada um. Todo homem provido de sabedoria sabe que o maior êxito que se pode TER nessa vida está nas coisas mais simples. Alegria, amor, felicidade, paz interior, serenidade, saúde, são coisas que não têm preço e consistem nas maiores benesses ao nosso alcance; gratuitamente.

 Obviamente; uma cômoda situação financeira ajuda. E muito! Mas não é tudo, nem o melhor de todos os êxitos que se pode obter. O dinheiro serve apenas para nos oferecer um suporte para a realização de nossos propósitos e metas, não devendo jamais ser colocado em primeiro plano.Olhe para a natureza, por exemplo. Nela está a maior demonstração da opulência.

Os recursos naturais quando ainda intocados pelo homem são sempre em excesso para atender as demandas do ecossistema ali existente. a natureza é exuberante, extravagante e dadivosa e expressa a infinita riqueza divina em todo o seu esplendor. Vislumbre a grandeza do cosmos e sua infinidade de planetas e estrelas. O universo em que vivemos é uma demonstração nítida da incomensurável riqueza Universal.Há infinita exuberância em sua obra no cosmos. Então; podemos concluir que a riqueza material pode e deve ser desejada. Mas nunca em detrimento das riquezas interiores que são maiores e não se corroem com o tempo. 

O que é mais importante pra você: sua vida ou os bens que você possui?

Pense muito bem para responder tais questionamentos a si mesmo. Deseje obter aquilo que o satisfaz, mas nunca deixe que os seus bens o possua. Você com suas emoções e sentimentos mais nobres é que devem estar no comando. Sempre! Acho que o caminho melhor   consiste na manutenção de atitudes positivas diante da vida.  Obviamente, nem sempre é fácil se manter otimista diante dos acontecimentos que presenciamos, mas isso é estritamente necessário para se entrar em sintonia com a energia  que gera êxito mediante os combates que devemos travar no dia-a-dia e que não são poucas.

Não é nada fácil, mas tenho tentado agir assim ultimamente, parece que comigo as coisas estão voltando ao lugar certo, parece…!

Obrigada!

Feliz Ano  2010 NOVO!

O que é T.O.C.?

72560623_vyiqsi2d_c_large

 

 

TOC: DOENÇA OU MANIA?

 O TOC, transtorno obsessivo-compulsivo, é um transtorno crônico heterogêneo caracterizado por pensamentos, idéias ou imagens intrusivas, em geral desagradáveis ou ameaçadoras (obsessões), que entram involuntariamente na consciência do individuo causando-lhe sofrimento e ansiedade. Estas obsessões freqüentemente são acompanhadas por atos repetitivos e estereotipados realizados no sentido de aliviá-las.

O TOC na década de 60 era visto como um transtorno mental de prognóstico ruim, e até hoje é confundido, pelas pessoas, com simples manias, classificação que muitas vezes impede que alguns portadores deste transtorno procurem tratamento adequado.

Introdução:

Segundo CID-10, os aspectos essenciais do TOC são pensamentos obsessivos ou atos compulsivos recorrentes. Pensamentos obsessivos são idéias, imagens ou impulsos que entram na mente do individuo repetidamente de uma forma inalterada. Eles são quase invariavelmente angustiantes, e o paciente usualmente tenta, sem sucesso, resistir-lhes. Atos ou rituais são comportamentos estereotipados que se repetem muitas vezes. Eles não são em si mesmo agradáveis, nem resultam na execução de tarefas inerentemente úteis.

Aristides Volpato Cordioli diz que o TOC acomete cerca de 2,5% da população geral, sendo considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais freqüente. A incidência é maior em classes sociais baixas, entre indivíduos com conflitos conjugais, divorciados ou separados e desempregados. 

Diagnóstico 

Para um diagnóstico definitivo, segundo a CID-10, sintomas obsessivos, atos compulsivos ou ambos, devem estar presente na maioria dos dias por pelo menos duas semanas consecutivas e ser uma fonte de angustia ou de interferência com as atividades.

Os sintomas obsessivos devem ter as seguintes características:

  • Eles devem ser reconhecidos como pensamentos ou impulsos do próprio individuo.
  • Deve haver pelo menos um pensamento ou ato que é ainda resistido, sem sucesso, ainda que possam estar presentes outros aos quais o paciente não resiste mais.
  • O pensamento de execução do ato não deve ser em si mesmo prazeroso.
  • Os pensamentos, imagens ou impulsos devem ser desagradavelmente repetitivos. 

Obsessões

As obsessões são pensamentos ou idéias, impulsos, imagens, cenas, palavras, frases, contagem, dúvidas que invadem a consciência de forma repetitiva, persistente e estereotipada, que o paciente não consegue evitar, seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá-los.

Lavar as mãos repetidamente, verificar portas, repetir perguntas, contar, repetir uma palavra, uma frase, uma música, são exemplos claros dessas obsessões.

Os conteúdos relatados pelos pacientes referem-se habitualmente à agressão e à perda de controle, a ferir alguém, a negligência, a ser pouco honesto, aos acidentes, à sexualidade, à religião, à contaminação e às doenças. 

Tratamento

O objetivo do tratamento consiste em mudar o conhecimento do paciente sobre as obsessões, evitar a neutralização e permitir, assim, que os pacientes se habituem com os pensamentos obsessivos. A freqüência e a duração dos pensamentos e o mal-estar causados por eles diminuirá consequentemente.

Neste tratamento os objetivos específicos são:

  • Proporcionar uma explicação adequada das obsessões.
  • Fazer com que o paciente entenda o papel da neutralização na manutenção dos pensamentos obsessivos.
  • Preparar o paciente para a exposição aos pensamentos e às situações que desencadeiam as obsessões.
  • Corrigir, quando necessário, a superestimação do poder e da importância dos pensamentos.
  • Corrigir, quando presente, o exagero das conseqüências de medo especifica associadas ao pensamento.
  • Corrigir, quando presente, o perfeccionismo e a responsabilidade excessiva.
  • Fazer com que o paciente perceba as situações em que está mais vulnerável à recaída.
  • Preparar as estratégias a serem utilizadas quando ocorrer a recaída.

O programa é padronizado e cada paciente recebe todos os componentes do tratamento. Por outro lado, também é individualizado, já que o tipo de exposição, os objetivos da prevenção da resposta e da correção variam de acordo com as características de cada paciente.

Os pacientes recebem normalmente de quatro a cinco meses de tratamento, incluindo cerca de três meses com duas sessões terapêuticas por semana.

Os psicofármacos mais eficazes consistem em antidepressivos que inibem a recaptura da serotonina como a clomipromina, sertralina, paroxetina, fluoxetina e fluvoxamina. Quando adequadamente tratados, pelo menos 2/3 dos pacientes obtêm melhora significativa. 

Considerações Finais:

O TOC é uma doença que apresenta uma fenomenologia rica e diversificada, com infinitas possibilidades de apresentação, o que pode dificultar sua identificação. O grau de critica pode variar entre os pacientes e no mesmo individuo conforme a ocasião.

Podemos constatar neste caso que o TOC é um transtorno no qual se pode obter uma melhora significativa, desde que tenha um bom acompanhamento psicológico, e que siga o tratamento corretamente até o fim. 

Bibliografia: 

CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: abordagens atuais. 2ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 

 Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Tradução Dorgival Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. 

CABALLO, Vicente E.. Tradução Magali de Lourdes Pedro. Manual para o tratamento cognitivo-comportamental dos transtornos psicológicos: Transtornos de ansiedade, sexuais, afetivos e psicóticos. São Paulo: Livraria Santos Editora Comp. Imp. Ltda., 2003.

Excelente Vídeo de Esclarecimento sobre o TOC!

Tumblr_lq8xmhg4kn1qc5oyvo1_500_large

 

“Auto-Conhecimento Masculino”

 
 
Durante muito tempo a cultura popular tem passado a imagem de um homem que não coincide com a sua masculinidade. Muitos não sabem o que é ser verdadeiramente homem, ninguém os ensinou. Buscam viver de aparências, fingindo serem íntegros em sua personalidade[ observe, isso não é uma regra…]. Passam parte de suas vidas escondendo-se de si e dos outros, tentando mostrar uma imagem que não lhes pertence , pois não lhe deram a oportunidade de seguir o caminho do auto-conhecimento.
 
A sociedade atual apresenta a figura do homem perfeito como sendo aquele que se dedica ao trabalho, se esforça para ser um empresário famoso no mundo empresarial, que nunca perde, mas sempre ganha nos negócios. Uma máquina ambulante de produção. Isso tem feito com que o homem reprimisse tudo o que vem a ser empecilho para a sua ascenção no campo sócio-econômico, inclusive o seu lado sentimental, dos afetos e da sensibilidade. Diante dessa realidade surge o questionamento: Por quê os homens se tornaram tão vazios de sentimentos e tão superficiais? Tal problema pode ser estudado à luz da psicologia de Carl Gustav Jung.
 
 Para Jung, a personalidade é constituída de várias instâncias que estão em constante tensão, onde uma se opõe à outra. Dentre essas se destacam a anima e animus. A primeira seria a imagem coletiva da mulher presente no inconsciente do homem, levando-o a ter características femininas em sua personalidade. A segunda, pelo contrário, é a imagem masculina presente no inconsciente da mulher. Essas imagens são denominadas arquétipos (conjunto de imagens herdadas de nossos ancestrais) e se encontram no inconsciente coletivo de todo indivíduo. São elas que permitem a identificação do homem coma natureza da mulher e vice-versa.
 
De acordo com Jung “não existe homem algum, tão exclusivamente masculino que não possua em si algo de feminino.”[1] O fato é que, na maioria das vezes, os homens ocultam esta vida afetiva, que em muitos casos é vista como característica própria da mulher. Com isso o homem acredita ser uma virtude reprimir esses traços de sua personalidade. O que ele não sabe é que todo material reprimido não é anulado. Ele é acumulado no inconsciente, podendo retornar ao consciente de outras formas.
 
A repressão da anima pelo homem pode criar no mundo externo a imagem de um homem forte, firme em suas decisões e aparentemente realizado. Entretanto, quando ele se depara com o mundo interior, percebe que existe uma criança delicada, que tem medo de si e dos outros e ao mesmo quer se lançar em busca de uma vida plena, de paixão, ternura e amizade.
 
 Com isso, se percebe que um dos problemas ligados à masculinidade se deve à não aceitação da imagem feminina.
Analisando a formação do homem no contexto da modernidade, fica evidente o desenvolvimento desordenado de sua personalidade. Não ensinaram o menino a ser homem. O fato é que ele cresce dentro de um ambiente onde o método educativo consiste na supressão ou repressão das fraquezas.
 
A sociedade, sobretudo na cultura ocidental, introduziu na cabeça dos meninos que o homem, para provar a sua masculinidade, não podia expressar sentimento algum. O homem-varão não pode chorar, ser carinhoso, dizer palavras dóceis nem ser educado. Ele não pode manifestar características que pertencem às mulheres.
Desse modo, formou-se muitos homens grosseiros, machões, verdadeiros “tanques de guerra”. Homens superficiais que preferem se relacionar com o mundo financeiro da empresa a ousar demonstrar sensibilidade para com os filhos e a esposa. “A maioria esmagadora dos homens é incapaz de colocar-se individualmente na alma do outro”.[2]
O menino que cresce reprimindo a sua anima possivelmente terá problemas no relacionamento com os outros, sobretudo com as mulheres. É perceptível a falta de intimidade presente no relacionamento de homens que sufocam a sua anima.
 
Quem não conhece um modelo de homem assim?
Portanto, é necessário que o homem tenha coragem de se lançar num caminho de maturação e de resgate da sua autêntica masculinidade. O psicólogo austríaco Steve Bidduph em seu livro, Por que os homens são assim? diz que “se existe um primeiro passo a ser dado pelos homens em direção à cura, provavelmente é começarem a ser mais verdadeiros”.[3] Isto é, assumir que da forma que vivem na sociedade não os torna felizes. Aceitar que viver fingindo ser alguém é tolice, e só trará sofrimento para si mesmo. Para Jung o ponto de maturidade da psique humana está na harmonia das várias instâncias.
 
Neste caso, a harmonia entre anima e animus, cuja falta de desenvolvimento de um ou do outro retém o pleno desabrochar da personalidade. É preciso que o homem tome consciência desta” bissexualidade” inata na sua personalidade, ou seja, a presença da natureza feminina, possibilitando assim, seu encontro com a verdadeira masculinidade.
“O homem natural vive em todo homem. Ele é belo e divino. Tem uma enorme energia fundamental e um grande amor pelo mundo. É tão educador, protetor e criador quanto a figura feminina, mas educa, protege e cria a seu jeito masculino. … A tarefa do homem é se conhecer melhor, de modo a aumentar sua contribuição para o mundo e a honestidade para consigo” Asa Baber, em Wingspan.[4]

[1] JUNG, Carl Gustav. Parte II: Anima e animus. Estudos de psicologia analítica. Ed. Vozes. Petrópolis, 1981.p.179, 197.
[2] JUNG, Carl Gustav. Parte III: A técnica de diferenciação entre o eu e as figuras do inconsciente. p.210,363.
[3] BIDDUFH, Steve. Cap. 2: O que saiu de errado. Por que os homens são assim?. Ed.: Fundamento, São Paulo,2003. p.12.
[4] BIDDFH, Steve. Cap.11: O espírito natural dos homens. p. 130

Tumblr_lrxnlq85bi1r27xgeo1_500_large

 

Carl Gustav Jung

 

 

 

Carl Gustav Jung nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, Cantão da Turgóvia, às margens do lago Constança na Suíça, fruto da união do pastor protestante Johann Paul Jung, e da dona de casa Emile Preiswerk, mulher culta que incentivou Jung à leitura do Fausto de Goethe em sua adolescência. Jung, na infância, vivida no campo e em contato com a natureza, desenvolveu uma inclinação para sonhar e fantasiar propiciada pelos livros da tranqüila biblioteca de seu pai, onde leu textos de filosofia e teologia que influenciaram em muito seu trabalho depois de adulto. Quando ingressou nas Universidades de Basiléia e Zurique para estudar medicina, as idéias de Kant e Goethe já nutriam a mente de Jung. Seu razoável conhecimento de filosofia e o entusiasmo daí originado, impulsionaram-no também ao encontro das idéias de Schopenhauer e Nietzsche, que exerceriam posteriormente forte influência sobre a construção de sua Psicologia Analítica, nome escolhido como alternativa à Psicologia Complexa, termo já cunhado por Pierre Janet. Sua graduação veio em 1902, após o que trabalhou na clínica psiquiátrica da Universidade de Zurique, como assistente do professor Eugene Bleuler, mantendo estudos paralelos com Pierre Janet, em Paris. Seu interesse, então, estava voltava-se para a esquizofrenia. No Teste de Associação de Palavras, Jung chegou ao que denominou Complexos, definindo estes como idéias ou representações afetivamente carregadas e autônomas da Psique consciente. O renome internacional conquistado por Jung através destes estudos, conduziram-no a uma colaboração próxima com Freud, que conheceu pessoalmente em 1907. Esta afinidade de idéias entre os dois mestres, no entanto, deteriorou-se com a publicação da Psicologia do Inconsciente, em 1912 (revista em 1916). Com esta obra, Jung declara sua independência da estreita interpretação sexual de Freud com relação à libido, apresentando os paralelos próximos entre as fantasias psicóticas e os mitos antigos, e explicando a existência de uma energia criativa maior (elan vitae) motivadora da mente humana. Neste momento, Jung renuncia à presidência da Sociedade Psicoanalítica Internacional e funda sua própria Escola, incentivado por outros colegas, pacientes e amigos. Jung era contrário à formação de escolas e discípulos, mas cedeu aos apelos de seus seguidores. Jung desenvolveu suas teorias traçando um amplo conhecimento de mitologia (trabalhos em colaboração com Kerensky) e História; recorrendo a diversas culturas de países como México, Índia e Quênia. Os Tipos Psicológicos, nos quais se ocupou do vínculo entre o consciente e o inconsciente, propondo os tipos de personalidade, extroversão e introversão, foram publicados em 1921, num importante e posteriormente bem difundido trabalho. Segundo Jung, o inconsciente coletivo — sensações, pensamentos e memórias compartilhadas por toda a humanidade — compõe-se do que ele denominou, tomando de Platão, “arquétipos”, ou “imagens primordiais”. Estes correspondem às experiências da Humanidade típicas, como enfrentar a morte ou eleger um companheiro, cuja manifestação simbólica encontram-se nos mitos, nas grandes religiões, nos contos de fadas, nas fantasias e na Alquimia, e em especial nas obras de Paracelso e Picco della Mirandola. Confrontando o inconsciente pessoal e integrando-o com o inconsciente coletivo, representado no arquétipo da Sombra Coletiva, Jung sustenta que um paciente pode alcançar um estado de individuação, ou a integridade de um mesmo (O Deus Interior), através da reconciliação dos estados diversos da personalidade, que ele viu divididos não somente em contrários de introversão e extroversão, mas também nas subvariáveis pensamento, intuição, sensação e percepção. Jung escreveu volumosamente sobre metodologia analítica e os laços entre a Psicoterapia e a crença religiosa. Interessou-se muito pela Sincronicidade, pela Alquimia e pelos estados alterados de consciência, a ponto de criar o método de imaginação ativa, surgido logo após a ruptura com Freud, enquanto o crítico e polêmico livro vermelho era por ele escrito. Na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, Jung interpretou os distúrbios mentais e emocionais como tentativa de encontrar integridade pessoal e espiritual. Em especial, sua experiência com Psicóticos foi decisiva para a aproximação com Freud, pois o médico havia tido contato tão-somente com neuróticos, basicamente as denominadas Histerias. Carl Gustav Jung faleceu em 06 de junho de 1961, em Kusnacht. Pai da psicologia analítica e visto como um dos grandes expoentes do século XX, deixou contribuições científicas bastante significativas para o estudo e compreensão da alma humana. As questões espirituais, enquanto fenômenos psíquicos, são refletidas em toda sua obra, numerosa e traduzida para diversas línguas.”

Essa biografia de Jung é de Nise da Silveira e foi retirada da página Guardiões do Saber.

 Obrigada Querido Amigo Português Fernando do Blog Nothingandall pelo Selo dado com tanto carinho!

BOL

VAI NO PSICÓLOGO!!!


 Tumblr_lqydbempmr1qbrr2to1_500_large 

A expressão “é psicológico”, “é emocional” ou “é psicossomático” está na boca do povo. Médicos costumam utilizá-la com frequência. É fato comum: você vai ao médico e ele pede uma série de exames. Não conseguindo encontrar evidências fisiológicas ou orgânicas relacionadas aos males que você apresenta, não hesita, solta logo seu veredicto sagrado: “seu problema é de origem psicológica”.
Alguns encaminham o paciente para um psiquiatra. Outros recomendam psicoterapia. E esses pacientes aparecem em nossos consultórios. E, não muito raro, têm expectativas médicas e até mecânicas em relação à solução de seus problemas. Geralmente esperam que a solução virá de um conserto aqui e outro ali, ou de um medicamento que logo apagará tudo o que lhe tem feito padecer. Pode-se dizer que, nesses casos, muitas vezes o médico passa a batata quente para as mãos do psicólogo. Pois o paciente chega até nós bastante ansioso em relação à solução imediata de problemas que nem mesmo se tem certeza sobre sua possível causalidade. Dizer ao paciente que é psicológico possui talvez alguns sentidos que seria interessante tratar aqui. O que um médico está fazendo quando enuncia isso a seu paciente? Está de fato apontando a causa dos problemas desse paciente e lhe indicando o melhor caminho ou tratamento a ser seguido? Na minha concepção não está apontando causa nenhuma. O enunciado “é psicológico” é muito vago para poder ser considerado científico. Se tivéssemos que tornar esta comunicação mais precisa, seria mais interessante comunicar ao paciente que ele deveria procurar profissionais de outras áreas, psiquiatras e psicólogos, por exemplo, para continuar a investigação das possíveis causas de seu problema de saúde.

Não deixo de me lembrar de algumas considerações acerca desse tipo de interações com médicos. Em um determinado episódio da série de televisão “House, M.D.”, o protagonista diz mais ou menos assim: “Quando um médico diz que seu problema é psicológico é porque ele é um idiota e não descobriu as causas”. Apesar de ofensiva, esta fala chama a atenção para um fato: o que muitos médicos estão fazendo quando emitem esse enunciado tão genérico a seus pacientes? Estão, muitos deles, tentando esconder de seu paciente sua incapacidade ou limites para saber o que está acontecendo? Não são capazes de dizer: “sinto muito, mas não sei o que você tem”? Por que tudo, no meio médico, tem de terminar com uma espécie de veredicto, com um diagnóstico categórico? Outra passagem da qual me recordo é de Susan Sontag, em seu livro “A doença como metáfora”. Ela diz que se ouvir de seu médico que seu problema é psicológico, se isto ocorrer, peça seu dinheiro de volta. E há como ter esta segurança toda, enunciando que o problema é “psicológico”?

Tem como simplesmente transferir o problema para psicólogos e psiquiatras? Penso que não é tão simples assim. Alguns médicos, nessas situações, estão mais tentando se livrar do problema e de assumir seus limites do que trabalhando para de fato tentar descobrir o que está acontecendo. Assumir seus limites e deixar claro que estão compartilhando a investigação com outros profissionais talvez seja uma devolutiva mais profissional. Neste mesmo livro, Sontag deixa claro os equívocos históricos que já ocorreram em função dessa atribuição espúria de causalidade. Os exemplos mais notórios são a tuberculose e as úlceras estomacais, sendo que o segundo exemplo é bem recente – só para não nos esquecermos desse tipo de equívoco. No caso da tuberculose, antes da descoberta de sua verdadeira causa, a bacterial, eram atribuídas a ela, também, causas psicológicas. No caso das úlceras estomacais, é bem mais fácil de se compreender o cenário, pois o papel etiológico significativo de um agente microbiano (a Helicobacter pylori) rendeu até mesmo um Prêmio Nobel de Medicina em 2005. Ou seja, há evidências, na história, da repetição do misticismo de que esta ou aquela doença é “psicológica”. É muito mais fácil atribuir uma causalidade vaga do que investigar de fato o que pode estar acontecendo, com abertura para todas as possibilidades factíveis. Não estou também, por outro lado, querendo apagar os componentes comportamentais ou interacionais de nossa saúde. Se há a possibilidade desses componentes estarem exercendo sua influência de modo mais determinante, eles devem ser investigados com mais precisão. Há um argumento de Skinner que talvez ajude a compreender essa questão da causalidade.

Em seu livro “Ciência e comportamento humano”, mais especificamente no capítulo 3, ele defende que toda causa é sempre externa e que a atribuição de causas internas a nossos comportamentos não teria qualquer função explicativa. Se um sujeito, por exemplo, está bebendo água com uma frequência alta e perguntarmos o por quê desse comportamento, geralmente teremos a seguinte resposta: bebe água porque está com sede. E assim acabamos ficando reféns de uma explicação circular: bebe água porque tem sede, logo tem sede porque bebe água. E isso não nos leva a lugar algum, a qualquer possibilidade concreta ou precisa de resolução do problema. Se, por outro lado, pensarmos em possíveis causas concretas, teremos algo mais palpável, mais razoável como hipóteses. O sujeito bebe muita água pois pode estar com uma dieta muito salgada; pode estar transpirando bastante, devido a altas temperaturas; pode estar com alguma disfunção orgânica, tal como diabetes, por exemplo. Enfim, essas são hipóteses mais precisas e menos vagas. E isto é investigar, de fato.

Quando alguém diz que é “psicológico”, podemos logo então perguntar: psicológico como, de que maneira? O que este sujeito faz para que assim o seja? Qual é precisamente sua participação? Que tipos de interações ou comportamentos, especificamente, podem ser determinantes? E até que ponto dizer que é psicológico também pode piorar a situação, em vez de ajudar? Sim, pode haver casos em que a pessoa, ao ouvir um enunciado vago desses, venha a se sentir culpada por coisas que nem mesmo lhe dizem respeito. Para tornar isso mais claro, vamos a um exemplo bem prático. Uma conhecida minha padeceu durante meses de coceiras nas costas. Foi de médico em médico, fez diversos exames, e ouvia sempre o quê? “Isso é psicológico…”. Um belo dia, ela teve uma idéia muito simples: trocaria de marca de sabonete. Assim o fez e as coceiras desapareceram, por completo. E aí me pergunto: onde esses médicos vão colocar essa conversa banal e reducionista de que “é psicológico” depois de uma dessas? E vamos supor que ela começasse a se sentir responsável por seus sintomas de um modo bastante difuso e comum: “ah, tenho coceiras nas costas, pois sou uma pessoa que carrega rancores, que não sabe perdoar, de ruindade mesmo…”. Enfim, com todo um desfile de superstições modernas, psicologizantes. Sim, pois todo o desespero em atribuir sentidos ou causas, gerando equívocos, é superstição.

É mais fácil nomear logo, encontrar uma pseudocausa para nossos problemas do que a investigação e ponderação razoável sobre o que de fato pode estar acontecendo. E assim também talvez não seja muito difícil desembocarmos em lugares comuns os quais afirmam uma série de outras besteiras atuais, tais como a força do pensamento positivo, por exemplo. Tudo pode, dessa maneira, terminar em algumas idéias pobres e comuns de que tudo depende de nossas crenças, do poder de nossa mente para mudar o que se encontra em nossa volta e por aí vai. Ou seja, se é psicológico, a responsabilidade é inteiramente sua. Logo, além de doente, você ainda terá motivos, obtusos, de sobra, para se sentir também culpado. Um fardo e uma ilusão a mais, e muita investigação a menos.

Fonte:

14 Oct 2009

Adriano Facioli

Tumblr_lqsb7waiuv1qev05ao1_400_large

Imutável Essência?

811621-9-1315852013542_large

Parece comm nos depararmos com rostos tristes em nosso cotidiano. Se prestarmos atenção com maior empatia na criança que está passando ao nosso lado no farol fechado, na senhora que leva seus pães para casa, no jovem que ouve seu player de mp3, podemos reparar uma sutil nuance que percorre os sulcos dos rostos destas pessoas. Há uma sensação de perda, de comoção, de dúvida sobre o que está por vir. Dificilmente alguns conseguem disfarçar tal impressão com um caminhar um pouco mais rápido, um chiclete entre os dentes ou um celular. Embora o resultado eventualmente venha à tona na forma de uma dúvida sobre que caminho tomar ou qualquer outro detalhe funesto. Mas por que a tristeza?
Talvez seja uma sensação mesquinha de falta de esperança, de ansiedade, de compaixão por quem não se pode ajudar, enfim. Razões se mesclam numa apoteose de dor e medo. As pessoas não parecem mais confiantes do que foram algum dia. O menor descuido revela nossa impressão nos outros. Será verdade?
Por que se manter ocupado com a tristeza quando há muito para celebrar? Não quero dizer com isso que é válido o argumento de que existem duas formas de encarar a tristeza: ou você a vê ou você a ignora. Ele é contundente enquanto definidor de sensações, mas podemos apagar de nossas mentes as comoções não interpretadas?
Parece inevitável fazer as pessoas deixarem de sentir tristeza. Somos bombardeados por eventos drásticos pela nossa mídia constantemente. São mortes, tragédias, falências, acidentes devidamente categorizados nos telejornais da manhã, meio-dia e noite. Como evitar de sentir tristeza?
Pior que sentir tristeza é lembrar-se dos eventos tristes. Você consegue entender porque seu cérebro guarda lembranças estúpidas enquanto lembranças importantes de eventos que pareciam marcar sua vida não fazem parte de seu acrevo com frequência? Talvez nosso cérebro aja com maior perspicácia que nós mesmos enquanto conscientes. Há uma seleção de lembranças associadas a eventos individuais que nos marcaram por alguma emoção, seja ela feliz ou trsite, mas principalmente, por ser única… Lembranças dos sapatos que usávamos na infância, dos doces que nossas avós faziam, da voz de nossa professora, do nosso primeiro bichinho de estimação, das brincadeiras na rua com nossos vizinhos ou primos. Entretanto não lembramos com detalhes de eventos como casamentos, batismos, formaturas. Talvez pela falta de individualidade desses eventos para nossas mentes. Não se trata de egoísmo. Trata-se de sobrevivência. Essas lembranças constroem nossa personalidade com o passar dos anos. Reunimos lembranças que servirão de base para  comparações futuras com nossas próximas percepções. São figuras comparativas de um passado que um dia nos trouxe um sentimento de exclusividade. Esses pequenos moldes são aos poucos preenchidos com outros elementos que incluem novas pessoas, novos conceitos e desejos que passarão a fazer parte de nossa mente complexa e bela. Somos frutos hoje de um processo que evoluiu às custas de sentimentos e fatos.
Entretanto parece que continuamos a nos ocupar de tristeza. Se dúvida, faça uma análise você mesmo.A grande maioria não estará lembrando das partes felizes de nossa rebuscada imaginação, mas das mágoas que povoam o espírito.
Podemos nos tornar felizes, não ignorando a tristeza ou nossas preocupações (um conceito que se aproxima muito da imprudência), mas permitindo que as impressões infelizes encontrem comparativos com as lembranças que realmente importam. Um sábio amigo uma vez me disse: Bete, se você quer saber se uma coisa merece sua tristeza, pense dessa forma “qual será a consequência disso daqui a um ano”? Confesso que é um raciocínio válido, embora um pouco displicente. Mas eu agradeço até hoje pela idéia.
Somos ricos de uma matéria evolutiva de raciocínio, onde sorrisos se encontram com caras raivosas e medíocres. Cabe à nossa impressão concebida ao longo desses anos destrinchar os efeitos de cada sensação e absorver em nossa mente o que realmente convém. Isso me traz à tona uma cena inesquecível que vi há 4 anos, mas desde então nunca me saiu da cabeça. Eu estava  triste após ter batido meu carro, lamentando a hora em que sai de casa. De repente um ônibus parou próximo a um supermercado e desceu um pequeno menino só. Olhei e avistei um garotinho se aproximar do meio fio para cruzar a rua. Ele parecia disperso, mas quando se aproximou da rua, olhou para sua mãe  que o esperava do outro lado, mudou sua expressão de tal forma que pude contemplar certo brilho em seu olhar. Ela o olhou de volta e apertou suavemente sua mão. Ele retribuiu o gesto deslocando seu rosto em direção ao corpo de sua mãe e levando o dedo de sua outra mão à boca. Sentiu segurança para ultrapassar. Naquele momento, ela era a referência para ele. base de uma segurança que iria se firmar na sua personalidade de um homem independente que iria se tornar um dia . A heroína base que não o abandonaria nos momentos difíceis. Tudo isto estava visivelmente exposto em seu olhar. Sem mistérios, sem disfarces,eu me senti feliz, e pude constatar em ação tudo o que ouvia sentada confortavelmente na Faculdade. Nossa Essência é fundamentalmente construida na nossa infâcia.    Às vezes me pego dirigindo  o carro na rua ,pensando em meus problemas. Chego para ultrapassar algum carro  e então me lembro do garotinho. Naquele momento me sinto feliz por ele e por mim, ao lembrar do fato de poder manter a felicidade e esperança estampada em meu rosto… Principalmente por ser humana, por ser resultado de todas essas transformações que me levaram até onde estou. A partir de então, a tristeza era apenas uma opção distante…Não acredito que nossa essência é imutável, isso não…Sempre podemos melhorar…
Tumblr_lsgzrn22up1qkh9pxo1_500_large

Dor:Lado cego da faca…


Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Ela é tão profundamente dolorida e fere a alma com esmero desmedido, cortando lenta e dolorosamente com o lado cego da faca. A dor é fenomenal, incrívelmente dor, extraordinariamente dor, fatalmente dor. É dor, dor, dor, somente dor. E não cede, não acalma, não dá trégua. E a alma se contorce, revolve, chora, berra e geme em lamentos surdos, que tomam o corpo, que fazem cambalear e entontecer o espírito. A dor da perda não tem som, não tem voz, e invade o âmago do ser silenciosa e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo. Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo. Tudo perder o sentido e o brilho da vida. Os olhos olham mas nada vêem, os ouvidos ouvem sem nada ouvir, os braços caem sem sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreenssão, de entendimento. Somente o gosto do sangue da dor é percebido no fundo do coração que sangra, falece e se afunda no fundo da terra, do pó. E tudo vira dor profunda e cortante como o fio de uma navalha. Os sentidos perdem a razão de ser. Robotizamos o corpo e caminhamos, perdidos e anestesiados de lá prá cá, de cá prá lá, desnorteados, confundidos, atordoados e completamente perdidos de nós mesmos. Esquecidos de tudo e de todos, menos da dor que rasga, dói e arranha o coração até o sangue jorrar em lágrimas profusas e gritos inaudíveis. A dor da perda cala fundo e faz sepultura da alma onde desejamos ardentemente nos enterrar, em silêncio absoluto, em escuridão infinda, em adormecer eterno. Faz desejar a morte e buscar o fim de tudo, inclusive de si mesmo, para calar… a dor… Não existem palavras que definam a intensidade da dor da perda. Ela é tão incrivelmente dor que perdemos a definição e a expressão do que sentimos. Nada mais importa. Nada. A dor da perda é pesada demais. Impossível de se carregar solitariamente. Por isso, por tudo isso, havemos de buscar forças para suportar a dor da perda, por mais profunda, pungente e dolorida que seja, por mais aterradora e insensível… Havemos de nos resguardar da dor, de acordar e lutar para viver, mesmo a alma em soluços, mesmo que o espírito, anestesiado pela dor, perca a vontade de lutar e continuar a viver… havemos de nos resguardar da dor no alento dos braços do AMOR À VIDA, que é o único que torna possível tudo, por ele, com ele, suportar…

Visão da Psicologia: Yin e Yang

 
Do ponto de vista junguiano os conceitos Yin e Yang da filosofia oriental expressam valores do simbolismo de nossa psique, ilustram o funcionamento psicológico que deriva do conflito entre opostos na estrutura de nossa mente. Na filosofia chinesa eles caracterizam polaridades de diversos opostos, bem x mal, masculino x feminino, racional x emocional, consciente x inconsciente, entre tantos outros.

De acordo com essa forma de pensamento tudo o que existe no universo deriva desse conflito de opostos, mas o conflito não é negativo, é unificador, tornando-se é uma tentativa de combinar equilibradamente as partes do Yin e Yang.  Desse ponto de vista, nada é apenas um aspecto e se o é, se torna doentio. O ideal é utilizar todos os opostos para vivenciarmos diversas habilidades humanas.
Em seu livro Ponto de Mutação, o físico austríaco Fritjof Capra define os conceitos de yin e yang da seguinte maneira: Yin é a capacidade de energia receptiva, cooperativa, solidária, emocional, ou seja, é a capacidade feminina da psique. Já Yang é a capacidade externa, agressiva, expansiva, competitiva, ação e mostra o lado mais animal e masculino do ser humano. Na abordagem junguiana essas características ilustram Animus e Anima.
Todo arquétipo tem sua base na experiência biológica humana. Nós somos gerados da parceria que existem entre o homem e a mulher, para existirmos precisamos do espermatozóide masculino e do ventre feminino. Assim recebemos cargas genéticas de ambos os sexos. Nossa existência se da na junção de questões básicas do DNA, formadas a partir de 23 cromossomos masculinos e 23 femininos, totalizando 46 cromossomos numa célula chamada zigoto, dessa unificação nascem os seres humanos.
Da mesma forma os hormônios femininos e masculinos habitam o corpo. Algumas dessas substancias masculinos que habitam a alma feminina são a testosterona e o andrógeno, eles fazem parte da musculatura, ajudam a regular o sistema reprodutor e auxiliam que o processo da gravidez aconteça saudavelmente. No homem os hormônios femininos são a progesterona e o estrogênio, o que da ao homem auxiliam no processo energético, na massa corporal e gordura corporal.
Biologicamente um habita o corpo do outro. E por termos estas bases genéticas e biológicas, herdamos também a estrutura psíquica. Segundo Keleman, a estrutura psicológica caminha juntamente com a anatomia do individuo.
Enfim, Animus é o arquétipo que organiza as experiências do masculino, todos os homens já são animus, pois biologicamente identificam-se através do corpo com esse arquétipo. A Anima é o arquétipo responsável pelo feminino, as mulheres ao nascerem já se identificam com essa imagem. Entretanto podem ocorrer exceções que causam disfunções psicológicas em nossas estruturas.
Mas, esses arquétipos vivem enquanto realidades psicológicas nos seus opostos. Todo homem possui dentro de si uma imagem do feminino, da mulher, da mãe e isso é a sua Anima, ela ensina ao homem a entrar em contato com seus lados subjetivos. E o mesmo ocorre com a mulher mas sua figura interna é o Animus que é o masculino, o homem, o pai e auxiliando o contato com o lado físico e real. 
Nas pessoas com um desequilíbrio entre essas funções, não existe um meio termo, ou se vivencia o lado Yin (Anima) ou o lado Yang (Animus). Isso ocorre pelo fato já dito acima, os complexos materno e paterno, por causa da inversão de papeis familiares há também um erro na percepção do feminino e masculino das mulheres. 
Exemplos são as mulheres do esporte que procuram homens mais velhos para se envolverem afetivamente, a nível inconsciente procuram um pai que cuide delas, e eles com a energia do complexo paterno negativo atuando acabam sendo esta imagem psíquica. Ou então, as mulheres que se envolvem com homens que procuram mães, elas dominam esses homens, os sufocam, tratando-os como crianças, isso porque a nível inconsciente procuram ser mães dos parceiros.
A também o perfil de mulheres que valorizam demais o corpo e o sexo como se fosse a única coisa que tem, isso é patológico, pois a própria mulher desconhece o feminino. E muitas mulheres praticantes dessa luta podem exercer o complexo materno negativo, traindo ou escolhendo homens que as traiam e as desvalorizem.
Já nos homens, eles podem ser homens indecisos, às vezes preferem interromper o relacionamento, tendo medo de se machucarem emocionalmente, sendo assim, trocam rapidamente de parceiras, sempre buscando relacionamentos seguidamente, se envolvendo apenas sexualmente, entretanto, isso é uma forma de defesa ao amor, pois inconscientemente tem a idéia de que não são bons para receberem isso.
Ou ainda podem ser possuídos pelo complexo materno negativo, invocando a imagem arquetípica do Don Juan, estes geralmente seguem assim procurando uma mãe-deusa, uma mulher perfeita que os faça apaixonar fortemente.
Isso tudo é uma dinâmica inconsciente para os homens que são acometidos por esta imagem, eles não percebem que estão sendo manipulados por forças interiores, e além do mais, existe também uma cultura brasileira que reforça esse comportamento com diversos estímulos ambientais, fazendo as pessoas acreditarem que isso é ser homem.

Elisabete Cunha

Educação e Comportamento

Tumblr_l4z4eakzsr1qzwaddo1_500_large

.

Como Educadora , sempre me perguntam  quais as funções do Psicólogo em uma Instituição Educacional . Costumo responder que ele deverá ser  um observador ao nível dos comportamentos que a criança manifesta, ao nível dos conteúdos da aprendizagem se há ou não dificuldades aparentes e ainda inferir sobre as relações com pares, sendo que estas funções se encontram cada vez mais centradas no âmbito da escola em geral situada num contexto e cada vez menos centrada na criança como indivíduo singular.

O psicólogo tem como principais funções na escola as de avaliar e intervir junto de crianças do ensino básico que apresentem dificuldades de comportamento e aprendizagem.

A abordagem feita pelo psicólogo é direta fazendo uso de técnicas específicas de aconselhamento.

No Contexto escolar este organiza atividades, ações de formação para pais, professores, assistentes e outros que possam de alguma forma participar na educação ativa das crianças, sobre vários temas.

O psicólogo deverá participar ativamente junto da escola em atividades que possam implicar mudanças estruturais..

Outra das funções do Psicólogo na escola é participar na elaboração e organização dos serviços de atendimento, no sentido de avaliar se as crianças estão ou não a receber serviços que possam satisfazer as suas necessidades.

Este deverá articular os diferentes contextos educativos da criança, coordenar a informação sobre o desenvolvimento da criança, avaliando as suas necessidades, os recursos existentes na escola e ainda da comunidade onde esta se insere, avaliar os contextos sócio culturais.

O psicólogo deverá ainda se manter alerta e ativo no que respeita novas técnicas de avaliação, intervenção e planificação.

COMPETIÇÃO DE EVAS!

250562_1569526736440_1783623136_998158_6284441_n_large


A história acontece nos contos de fada – e se repete na vida real. Cinderela sofreu com a inveja da madrasta – e das filhas da madrasta – numa competição feroz pelo posto de mais bonita da casa e, claro, de escolhida do príncipe.A história dessas personagens se repete todos os dias, no universo feminino. Umas competem pela atenção, outras pelo emprego e várias pelo mesmo homem.

Fazendo estudos baseados em contos de fada, conclui que existe mesmo uma tendência à competição no relacionamento entre as mulheres.  Por exemplo, a tendência aparece desde cedo entre mãe e filha, quando competem pela atenção do homem e pai, ou pela vantagem que a mãe tem sobre a filha por ser adulta e a filha sobre a mãe, por ser jovem.

E depois, a coisa só “piora”. Ou vai dizer que nunca ouviu a máxima ‘as mulheres se arrumam para as mulheres’? Esse comportamento tem até nome científico. “Isso se chama ‘homorrivalidade’, ou seja, a concorrência e a competição entre pessoas do mesmo sexo. Entre as mulheres, a comparação é sustentada principalmente pela estética e pela vaidade . No mundo deles, isso também ocorre, mas mais voltado às questões de poder, dinheiro e sexo.

Tudo bem, a gente admite, quer ser mesmo o centro das atenções. Mas é preciso lembrar que as características, assim como a personalidade e o desejo de ser mesmo a melhor é diferente, de mulher para mulher. Algumas buscam afeição e outras, proteção ou poder. Existe uma infinidade de buscas que fazem com que os comportamentos nesta busca também sejam variáveis. De qualquer forma, é certo que farão o que puderem para chamar atenção, mesmo que nem sintam. Entre as armas na guerra pelo melhor lugar ao sol, vale tudo. E o perigoso é isso. Mas com uma nova mulher que surge – mais madura, mais atuante, mais profissional – a competição muda um pouco seu formato.

 Mais independente e segura de suas conquistas, a mulher  sabe o que é necessário para atingir seus objetivos. A maneira como lida com a competição aparentemente se torna mais tranquila, pois ela tem noção do que pode e de onde quer chegar. E ela quer chegar longe!  

Tumblr_lnrsclfv0e1qhgis6o1_500_large