É assim que te quero, amor, assim, amor, é que eu gosto de ti, tal como te vestes e como arranjas os cabelos e como a tua boca sorri, ágil como a água da fonte sobre as pedras puras, é assim que te quero, amada, Ao pão não peço que me ensine, mas antes que não me falte em cada dia que passa. Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai, apenas quero que a luz alumie, e também não peço à noite explicações, espero-a e envolve-me, e assim tu pão e luz e sombra és. Chegastes à minha vida com o que trazias, feita de luz e pão e sombra, eu te esperava, e é assim que preciso de ti, assim que te amo, e os que amanhã quiserem ouvir o que não lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque é cedo para tais argumentos. Amanhã dar-lhes-emos apenas uma folha da árvore do nosso amor, uma folha que há de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lábios, como um beijo caído das nossas alturas invencíveis para mostrar o fogo e a ternura de um amor verdadeiro.
É assim que te quero, amor, amor, é que eu gosto de ti, tal como te vestes e como arranjas os cabelos e como a tua boca sorri, ágil como a água da fonte sobre as pedras puras, é assim que te quero, amada, Ao pão não peço que me ensine, mas antes que não me falte em cada dia que passa. Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai, apenas quero que a luz alumie, e também não peço à noite explicações, espero-a e envolve-me, e assim tu pão e luz e sombra és. Chegastes à minha vida com o que trazias, feita de luz e pão e sombra, eu te esperava, e é assim que preciso de ti, assim que te amo, e os que amanhã quiserem ouvir o que não lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque é cedo para tais argumentos. Amanhã dar-lhes-emos apenas uma folha da árvore do nosso amor, uma folha que há de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lábios, como um beijo caído das nossas alturas invencíveis para mostrar o fogo e a ternura de um amor verdadeiro.
Plena mulher, maçã carnal, lua quente, espesso aroma de algas, lodo e luz pisados, que obscura claridade se abre entre tuas colunas? que antiga noite o homem toca com seus sentidos? Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas, com ar opresso e bruscas tempestades de farinha: amar é um combate de relâmpagos e dois corpos por um so mel derrotados. Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito, tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos, e o fogo genital transformado em delícia corre pelos tênues caminhos do sangue até precipitar-se como um cravo noturno, até ser e não ser senão na sombra de um raio.
O poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) e seu poema
integrante do livro “Veinte Poemas de Amor y una Canción Desesperada”,
Poema 15 “Me Gustas Cuando Callas..!”
Gosto quando te calas
Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.
* Aproveito para agradecer pelas visitas ao nosso Blog Encanto de Renascer. Em apenas quatro meses de ativo, já recebeu mais de13.712 visitantes! uauuuuu…
Escrever, por exemplo: «A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe.»
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a, e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a eu nos meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que a perdi já.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, e ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que eu a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta a tive nos meus braços,
a minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Embora esta seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Agora, ouçam!
*Pablo Nerudanasceu no Chile em 1904 e morreu em Setembro de 1973. É o poeta hispano-americano cuja obra alcançou maior difusão à escala internacional. Autor de vasta obra, influenciou fortemente muitos poetas sul-americanos. Publicou os primeiros textos no jornal La Mañana. O seu primeiro livro, Crepusculário, data de 1923, um ano antes do conhecido Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada. Emabaixador do Chile em vários países, Neruda regressou ao seu país natal em 1943, juntando-se ao Partido Comunista. Já depois da II Grande Guerra, foi alvo da repressão policial no seu país, o qual abandonou para regressar em 1952. É o poeta de língua espanhola mais traduzido em todo o mundo.
Te amo de uma maneira inexplicável, de uma forma inconfessável, de um modo contraditório. Te amo, com meus estados de ânimo que são muitos e mudar de humor continuadamente pelo que você já sabe o tempo, a vida, a morte. Te amo, com o mundo que não entendo com as pessoas que não compreendem com a ambivalência de minha alma com a incoerência dos meus atos com a fatalidade do destino com a conspiração do desejo com a ambigüidade dos fatos ainda quando digo que não te amo, te amo até quando te engano, não te engano no fundo levo a cabo um plano para amar-te melhor Te amo , sem refletir, inconscientemente irresponsavelmente, espontaneamente involuntariamente, por instinto por impulso, irracionalmente de fato não tenho argumentos lógicos nem sequer improvisados para fundamentar este amor que sinto por ti que surgiu misteriosamente do nada que não resolveu magicamente nada e que milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada, melhorou o pior de mim. Te amo Te amo com um corpo que não pensa com um coração que não raciocina com uma cabeça que não coordena. Te amo incompreensivelmente sem perguntar-me porque te amo sem importar-me porque te amo sem questionar-me porque te amo Te amo simplesmente porque te amo eu mesmo não sei porque te amo…